Seguros Unimed e Biodiversitas juntas para a conservação da Arara-azul-de-lear

A Seguros Unimed, seguradora cooperativista especialista em cuidar da saúde e da proteção financeira das pessoas e das instituições, anunciou em junho de 2020, a parceria com a Fundação Biodiversitas. A Companhia dará apoio à conservação da Arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), na Estação Biológica de Canudos, na Caatinga baiana – único bioma genuinamente brasileiro. Será a primeira empresa a apoiar um sítio da Aliança Brasileira para Extinção Zero, contribuindo para inspirar iniciativas semelhantes em nível internacional.

No programa intitulado Azul+, pela sinergia entre o azul da marca Seguros Unimed e a coloração das penas da ave silvestre, o objetivo é dar suporte às ações para proteção ao habitat da espécie; realização de estudos biológicos que orientem estratégias de conservação; iniciativas de educação ambiental da comunidade; fiscalização e outros serviços para manutenção da reserva.

Para o presidente da Fundação Biodiversitas, Francisco Barbosa, o apoio da Seguradora é essencial para o Programa de Conservação da Arara-azul-de-lear, uma espécie que ocorre apenas no Brasil e está entre as mais ameaçadas de extinção no mundo. “Ficamos honrados em nos unir a uma marca preocupada com o meio ambiente. E temos a convicção de que, juntos, realizaremos um trabalho consistente, conservando a espécie e combatendo o comércio ilegal de aves silvestres”. O professor e pesquisador destaca que a parceria resguarda não apenas as araras, como também o seu ambiente, contribuindo para proteger diversas outras espécies e processos ecológicos, como os ciclos climáticos e hidrológicos. “Isso é importante para a Caatinga, um bioma extremamente rico e carente de proteção, neste momento em que se apresenta como um novo polo de desenvolvimento econômico do país”, afirmou.

“A Seguradora tem o cuidado de longo prazo em seu DNA, o que se aplica à natureza e à conservação da biodiversidade. Nesse sentido, há total sinergia entre o propósito da nossa Companhia, de colaborar para transformar o futuro mais saudável, e o trabalho de proteção ambiental realizado pela Biodiversitas”, revelou o presidente da Seguros Unimed, Helton Freitas. Ainda, segundo ele, “é muito significativo anunciarmos essa parceria em Junho, no mês do Meio Ambiente, em meio a uma crise sanitária global, em que somos convidados a olhar com mais atenção e cuidado, não só para a nossa saúde, mas para a sustentabilidade dos nossos modos de vida e produção, e para a conservação do ambiente em que vivemos”.

O anúncio da parceria representou, também, uma homenagem à memória do professor Ângelo Barbosa Monteiro Machado, idealizador e presidente da Fundação Biodiversitas, até o seu falecimento em abril deste ano, aos 85 anos. Médico, entomologista, ambientalista e escritor, Machado é autor de cerca de 50 livros, contribuindo para a divulgação da ciência, em especial para crianças e adolescentes. Responsável por descrever 98 espécies e 11 novos gêneros de insetos, foi um dos grandes nomes do país dedicados à conservação de espécies sob risco de desparecimento.

Mais azul no meio ambiente

A Arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) é a única ave brasileira que disputou e venceu um concurso internacional, sendo eleita uma das sete maravilhas da natureza. A espécie atrai turistas do mundo todo para assistir à sua revoada matinal em busca de alimentos. A ave, que se alimenta principalmente dos coquinhos da palmeira licuri e dos frutos da braúna na Caatinga baiana, encontra-se em risco de extinção, em função de sua captura e comércio ilegal, além da perda de seu habitat. Sua distribuição geográfica abrange os municípios de Jeremoabo e Canudos, na Bahia, onde se abrigam nos paredões de arenito que servem de dormitório e área de nidificação para a espécie. Com a chegada das chuvas no final de ano, começa a época reprodutiva. Nesse período, o casal se separa do bando, mas permanece unido por toda a vida. Hoje, a população da Arara-azul-de-lear está restrita a cerca de 2 mil indivíduos na natureza – em 1992, quando a Estação Biológica de Canudos foi implantada, eram apenas 50, o que faz desse programa de conservação um dos mais bem-sucedidos da América do Sul na recuperação de espécies ameaçadas.