Mata do Sossego

               Reserva Particular do Patrimônio Natural Mata do Sossego

Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) protege o muriqui-do-norte, Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) que protege o muriqui-do-norte, que significa “povo manso da floresta” em Tupi.
Muriqui-do-norte, criticamente ameaçado de extinção, cujo significado é “povo manso da floresta” em Tupi.

Conhecidas também como RPPNs, as Reservas Particulares do Patrimônio Natural foram estabelecidas oficialmente pela Lei 9985/2000, que constituiu o sistema de áreas protegidas brasileiras em resposta à crescente necessidade de se preservar porções significativas dos ecossistemas, do patrimônio genético e das belezas cênicas brasileiras.

Criadas de forma voluntaria pelo proprietário, a matricula do imóvel passa a ter a vinculação de perpetuidade da reserva, o que faz com que sua função conservacionista seja permanente. Além de preservar belezas cênicas e ambientes históricos, as RPPNs assumem, cada vez mais, objetivos de proteção de recursos hídricos, manejo de recursos naturais, desenvolvimento de pesquisas cientificas, manutenção de equilíbrios climáticos ecológicos, entre vários outros serviços ambientais.

A RPPN Mata do Sossego, localizada no município de Simonésia, em Minas Gerais, foi criada pela Biodiversitas na década de 1990 para proteger o muriqui-do-norte, também chamado “monocarvoeiro”. O muriqui-do-norte é o maior primata das Américas, sendo considerado uma das espécies mais ameaçadas de extinção de todo o mundo. Isso porque, a Mata Atlântica, ambiente do qual depende a sobrevivência do muriqui, vem sendo gradativamente desmatada. Da sua cobertura original, hoje só restam 10% dessa floresta no Brasil.

A Mata do Sossego representa um dos últimos fragmentos contínuos de Floresta Atlântica na zona leste do estado mineiro com ocorrência da espécie. Ainda assim, o muriqui não está totalmente protegido. O grau de isolamento dessa área em relação à outros remanescentes florestais da região aumenta o risco de desaparecimento da espécie, uma vez que os recursos alimentares ficam limitados à uma área restrita, além dos efeitos adversos dos cruzamentos consanguíneos entre os indivíduos de uma mesma população.

Para auxiliar nesse sentido, a Biodiveristas tem se esforçado na criação de um corredor ecológico para conectar a Mata do Sossego com outras matas da região. Este corredor está sendo criado por meio do plantio de árvores em propriedades rurais do entorno da reserva, favorecendo também a recuperação de cursos d’água degradados na zona rural, numa distância linear de 40 km até a próxima área onde ocorre o primata.

Os benefícios dessa iniciativa são múltiplos, tanto para o muriqui quanto para as comunidades locais. O investimento em recuperação florestal tem contribuído para o aumento da produção de água nas propriedades rurais vizinhas à Mata do Sossego, melhorando a produtividade dos cultivos agrícolas e promovendo o aumento da renda familiar; para a melhoria da qualidade do ar; para a inovação nas práticas agrícolas locais com a diminuição do uso de agrotóxicos nos plantios, entre outros. Atividades recreativas, turísticas, de educação e pesquisa são também permitidas na reserva.